domingo, 25 de setembro de 2011

25.09.11 Tempo de passeio






Hoje dei corda aos meus sapatos e parti para paragens de outras terras do Alentejo que não as minhas. Desta feita para as Minas de S. Domingos. Bonito passeio.
Há muito tempo que não me entusiasmava tanto como me entusiasmei com este. E em nada me desiludiu. Mas o facto de ter uma máquina fotográfica nas mãos também nos faz ter uma atenção aos pormenores que não teríamos se não a tivéssemos. Gostei!

O Meu Olhar

“O meu olhar é nítido como um girassol.
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de, vez em quando olhando para trás...
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem...
Sei ter o pasmo essencial
Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras...
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do Mundo...

Creio no mundo como num malmequer,
Porque o vejo. Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender ...

O Mundo não se fez para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo...

Eu não tenho filosofia: tenho sentidos...
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso,
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe por que ama, nem o que é amar ...
Amar é a eterna inocência,
E a única inocência não pensar...”

(Alberto Caeiro)

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