sexta-feira, 30 de setembro de 2011

30.09.11 Boas Noticias



Boas notícias caem sempre bem e hoje a notícia foi especial. A seguir tudo o resto correu bem, porque bom astral puxa bom astral.

BONS AMIGOS

"Abençoados os que possuem amigos, os que os têm sem pedir.
Porque amigo não se pede, não se compra, nem se vende.
Amigo a gente sente!

Benditos os que sofrem por amigos, os que falam com o olhar.
Porque amigo não se cala, não questiona, nem se rende.
Amigo a gente entende!

Benditos os que guardam amigos, os que entregam o ombro pra chorar.
Porque amigo sofre e chora.
Amigo não tem hora pra consolar!

Benditos sejam os amigos que acreditam na tua verdade ou te apontam a realidade.
Porque amigo é a direção.
Amigo é a base quando falta o chão!

Benditos sejam todos os amigos de raízes, verdadeiros.
Porque amigos são herdeiros da real sagacidade.
Ter amigos é a melhor cumplicidade!

Há pessoas que choram por saber que as rosas têm espinho,
Há outras que sorriem por saber que os espinhos têm rosas!"

(Machado de Assis)

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

29.09.11 A vida é um jogo




 Esta vida é um jogo e muitas das vezes sem regras nem limites. Chega mesmo a ser injusto de tão desigual.
É bom quando se ganha. É engraçado quando se consegue entrar e sair nas alturas certas, não perdendo! Não ganhando! É chato quando se entra e não se consegue sair sem perder. É dramático quando se perde o controlo e não se consegue sair sem deixar uma grande destruição atrás.
O problema é quando nem nos permitimos viver só para não perder.

“Os grandes erram sempre ao brincar com os seus inferiores. A brincadeira é um jogo, e um jogo pressupõe igualdade.”
(Honoré de Balzac)

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

28.09.11 Palavras




Palavras
Já lá vai o tempo em que acreditei nas palavras escritas
Já lá vai o tempo em que as palavras me encantavam
Já lá vai o tempo que as imaginei só para mim
Já lá vai o tempo em que queria muito que fossem minhas
Já lá vai o tempo em que me entristeciam por não serem
Já lá vai o tempo em que me ofendiam por as saber de outros
Já lá vai o tempo em que me revi nelas
Hoje leio, leio tudo até ao fim
Não vejo, não oiço, não penso
Gosto ou não gosto
Mas adoro vê-las aparecer
Todas enfeitadas e bonitas e
ao contrário, de quem escreve coisas bonitas
eu Amo muito mais do que escrevo.

 

 “Mea culpa"


"Não queiras nunca acreditar
Que te amo tudo aquilo que te escrevo
Já houve a quem escrevesse apenas por não amar
Já houve a quem amasse sem nunca lhe escrever
Já houve tanto amor em palavras que escrevi
E que nunca apareceu a quem as desse
Que não sejam elas que te encantem quando me ouvires
Porque escrevo muito mais do que amo”

(José F. Machado)


terça-feira, 27 de setembro de 2011

27.09.11 Viajante




Hoje apanhei as 12:21 as 15:15 as 16:16 as 17:17, as 18:18, as 21:21 e por último e até acabar de escrever este texto as 22:22. Não tenho memória de ter tido um dia igual. Eu sei que não sou supersticiosa, nem acredito grandes coisas nestas crenças, mas também sei que quando apanho estes momentos a minha cabeça viaja e sonha. Senti-me acompanhada durante o dia todo e por certo acompanhei também. Nesse sonho cabe o acreditar e quando e enquanto se acredita somos felizes.

“Não é possível convencer um crente de coisa alguma, pois suas crenças não se baseiam em evidências; baseiam-se numa profunda necessidade de acreditar.”

(Carl Sagan)

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

26.09.11 Tempo



Ando nitidamente a debater-me contra o tempo.
Hoje o meu filho enviou-me uma mensagem sobre o tempo que não existe para estudar. O texto tem graça porque faz as contas às horas como nós nunca as fazemos e, desta forma, acabamos por perceber que a vida é muito curta. Ele aplica-se a tudo o que não temos tempo para fazer nesta vida e a tudo o que queríamos fazer. Faz uma certa confusão pensar que durante um ano se possa ter tão poucos dias para fazer o que realmente se gosta.
Já tinha percebido a minha luta contra o tempo, mas ao ler este texto a luta passou a guerra aberta.

“Não tenhamos pressa, mas não percamos tempo.” 
(José Saramago)

domingo, 25 de setembro de 2011

25.09.11 Tempo de passeio






Hoje dei corda aos meus sapatos e parti para paragens de outras terras do Alentejo que não as minhas. Desta feita para as Minas de S. Domingos. Bonito passeio.
Há muito tempo que não me entusiasmava tanto como me entusiasmei com este. E em nada me desiludiu. Mas o facto de ter uma máquina fotográfica nas mãos também nos faz ter uma atenção aos pormenores que não teríamos se não a tivéssemos. Gostei!

O Meu Olhar

“O meu olhar é nítido como um girassol.
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de, vez em quando olhando para trás...
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem...
Sei ter o pasmo essencial
Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras...
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do Mundo...

Creio no mundo como num malmequer,
Porque o vejo. Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender ...

O Mundo não se fez para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo...

Eu não tenho filosofia: tenho sentidos...
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso,
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe por que ama, nem o que é amar ...
Amar é a eterna inocência,
E a única inocência não pensar...”

(Alberto Caeiro)

sábado, 24 de setembro de 2011

24.09.11 Montado




Porque será que digo sempre que aqui chego que esta é a melhor época do ano para aqui estar.
Só pode ser porque gosto incondicionalmente da minha Serpa.
Gosto de cá estar em qualquer época do ano, de qualquer tempo que se faça sentir, de qualquer ocasião, de qualquer programa. Basta só aqui estar.
Será preciso dizer mais alguma coisa?
Que belo passeio que se deu hoje. O chamado passeio do Montado. Cerca de 4 kilómetros, nada de especial, mas em velocidade de passeio e fotografias deu umas duas horitas. Chegamos mortos de calor. Uma limonada vinha mesmo a calhar, mas não houve quem a fizesse.

Lição do dia 24.09.11 no passeio pelo Montado
Montado sobral ou sobreiral. (sobro  e azinho) – São florestas de sobreiros de equilíbrio muito delicado e que subsistem apenas no Mediterrâneo. Portugal é o país com a maior extensão de sobreiros do mundo.
Curiosidades:
A um sobreiro jovem dá-se o nome de Chaparro.
O fruto da sobreira chama-se lande (popularmente landre, alandia) e daí se formou o Landal, Landeiro, Landeira: as landes servem de alimentação aos porcos de montanheira (Porcos de cor preta que produzem o excelente presunto "pata-negra"), nos montados alentejanos
O fruto da azinheira chama-se bolota ou boléta (Alentejo), e também se serve aos porcos.


“É fazendo que se aprende a fazer aquilo que se deve aprender a fazer.”

(Aristóteles)

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

23.09.11 Finalmente.




Cheguei finalmente à minha “terra”.
Já não estava a aguentar mais! Passou muito tempo desde a última estadia, não posso ficar tanto tempo longe. Adorei chegar e ter a “minha” buganvília" cheia de flor. Pujante, cheia de vida e cor. A minha alma sorriu.
Nesta Terra só há coisas boas e coisas boas puxam coisas boas. Sinto que este fim de semana vai ser um excelente fim de semana.
É bom ser-se surpreendido. Parece que tudo fica mais leve e bonito.


“Ser feliz sem motivo é a mais autêntica forma de felicidade.”

(Carlos Drummond de Andrade)

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

22.09.11 Viver e aprender.




Lutei contra o dia, o dia inteiro. É muito complicado aceitar dos outros comportamentos que não cabem dentro dos nossos.
Ainda assim aprendi que as únicas pessoas incomodadas com este facto, somos nós próprios e por isso temos dois remédios. Continuar incomodados ou então mudar de foco e deixar de estar incomodado. É que a complicação é feita na nossa cabeça e não cabe na de mais ninguém e não temos o direito de incomodar quem quer que seja pelo não aceitamento de alguma ideia. 
Viver e aprender.

“Não vemos as coisas como são: vemos as coisas como somos.”
(Anais Nin)

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

21.09.11 Vidas




Sentada a ouvir as conversas das várias mesas que me rodeiam apercebo-me de que as vidas dos outros são em tudo semelhantes à minha. Uma rotina, uma história, um mundo e, fora desse mundo, pouca coisa acontece. Mas, se nos dermos ao trabalho de ouvir, de ver em pormenor, tudo é diferente no seu igual.
Eu gosto de entrar em ambientes que não são os meus, perceber as pessoas que dele fazem parte, sentir o ritmo de vida que têm, as palavras que usam, perceber os rituais, os gestos, a forma de vestir e tantas outras coisas que compõem a personalidade humana. Gosto de ver os comportamentos, de observar as diferenças, gosto de perceber as condicionantes. O certo é que há formas de estar bem diferentes das nossas e nem por isso as pessoas são menos interessantes.

“Ninguém é igual a ninguém. Todo o ser humano é um estranho ímpar.”
(Carlos Drummond de Andrade)

terça-feira, 20 de setembro de 2011

20.09.11 Sonhos




A nossa imaginação não pára nunca e os sonhos formam-se a velocidade da luz. É impossível para-los, impossível detê-los.
Compararia à formação das nuvens e às formas das nuvens. Uns dias mais baixas e mais encorpadas, cheias de formas definidas e bem desenhadas, outros mais levezinhas e altas, quase esbatidas no azul do céu. Quantas vezes os dois juntos em proporções diferentes e, no meio disto tudo, os dias sem nuvens a que posso comparar com os dias ocos, aqueles que “passa nada”. Mas estava a falar de sonhos, de como eles se desenham sem nos pedir licença, de como eles se alimentam e engordam das nossas esperanças e quereres mais profundos. Quase que basta uma palavra, um sopro, um raio para dai surgir a mais tecida e entrançada historia. E lá vamos nós de sonho em sonho, de palavra em palavra. Uns dias mais alheados, outros mais enleados mas sempre à espera de que alguma coisa aconteça de diferente na nossa vida. Esta espera chega a ser agoniante e quantas vezes eterna.

“Jamais se desespere em meio as sombrias aflições de sua vida, pois das nuvens mais negras cai água límpida e fecunda.”
(Provérbio Chinês)

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

19.09.11 Silêncio




Hoje acordei à hora do costume e para grande espanto meu ainda era noite e sem vestígios de aurora.
Não gosto de acordar de noite, há um silêncio profundo, penetrante, incomodativo, que eu não aguento. Fico com o coração apertado e uma sensação de solidão muito estranha e muito vincada. Euzinha que, geralmente até acordo a falar e a cantar, fico calada.
É nesta altura do ano que começo a contar os dias que faltam para que os dias comecem a crescer outra vez.
Não, não quero calor, não quero verão, gosto do Outono, gosto do Inverno, só quero “barulho” e sol quando acordo, dia, movimento, passarinhos, pessoas a andarem de um lado para o outro, não gosto de solidão, não gosto de silêncios mortos.

Silêncios

É fácil trocar as palavras,
Difícil é interpretar os silêncios!
É fácil caminhar lado a lado,
Difícil é saber como se encontrar!
É fácil beijar o rosto,
Difícil é chegar ao coração!
É fácil apertar as mãos,
Difícil é reter o calor!
É fácil sentir o amor,
Difícil é conter sua torrente!

Como é por dentro outra pessoa?
Quem é que o saberá sonhar?
A alma de outrem é outro universo
Com que não há comunicação possível,
Com que não há verdadeiro entendimento.

Nada sabemos da alma
Senão da nossa;
As dos outros são olhares,
São gestos, são palavras,
Com a suposição
De qualquer semelhança no fundo."
(Fernando Pessoa)

domingo, 18 de setembro de 2011

18.09.11 "Ambrósio, apetece-me algo!"




Passei o dia à espera de alguma coisa que não apareceu. O que era, não sei. Provavelmente só insatisfação. É como aquela famosa frase " Ambrósio, apetece-me algo!".
Sinto-me cada vez mais exigente, cada vez tenho menos certezas e percebo que cada vez sei menos e por isso a tendência deve ser para me sentir cada vez mais insatisfeita.

“Estou cansada, cada vez mais incompreendida e insatisfeita comigo, com a vida e com os outros. Diz-me, porque não nasci igual aos outros, sem dúvidas, sem desejos de impossível? E é isso que me traz sempre desvairada, incompatível com a vida que toda a gente vive.”
(Florbela Espanca)

sábado, 17 de setembro de 2011

17.09.11 Cachupa versus O meu dia de hoje




Dia rico, este. Há dias e dias. Dias em que nada acontece e dias que são ricos.
Hoje comi Cachupa. Aconteceu. Fez parte do enriquecimento do meu dia e deu-me o mote de associação.
Cachupa é um prato típico da gastronomia de Cabo Verde, é elaborado com feijão e milho estufados. Distingue-se entre Cachupa Rica (feita com vários tipos de carne), e Cachupa Pobre (feita apenas com peixe).
Hoje o meu dia foi rico, foi recheado, como a cachupa rica que comi. Gozei das coisas boas da vida. De cada uma por si e de todas no seu conjunto. Tive tempo de partilhar momentos bons com quem mais gosto, tive tempo para reviver, tive tempo para desperdiçar em mim, tive tempo para carregar as minhas baterias. Em suma, tratei do meu corpo de manha e tratei da minha alma à tarde e à noite.

«Os bons pratos são capazes de transmitir e despertar emoções»
(José Avillez)

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

16.09.11 Parar é bom e eu gosto.




Parar para descansar ou para viver um momento é bom e eu gosto, mas depois fica mais difícil andar para a frente, acumulam-se mil coisas. Primeiro que se apanhe o fio é um inferno e a sensação de perca de tempo e infinita. É o mesmo que parar numa bomba de gasolina no meio de uma viagem. Nunca mais se chega ao destino.
Cheguei à conclusão de que descansar ou parar por outra razão qualquer é bom, mas tem de ser bem doseado para não se ficar com ansiedades nem com aquela sensação estranha de que se podia ter aproveitado melhor, que deixámos o momento passar.
Quem diz descansar, diz reagir aos momentos de impavidez, de desânimo, de espanto e a tantas outras coisas que nos fazem parar. Parar sempre mas na dose certíssima. Parar sempre se se estiver a aproveitar, se se tiver com quem partilhar.
Parar por parar e deixar as coisas atrasar, parar por parar e deixar de viver... Pára tudo... Recomeça de novo!

“Perder tempo em aprender coisas que não interessam, priva-nos de descobrir coisas interessantes.”
(Carlos Drummond de Andrade)

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

15.09.11 Desenquadrada




Hoje no meu passeio matinal, perguntava-me a mim própria porque é que há dias em que nos sentimos tão fora de tudo aquilo que nos rodeia. O pensamento foi-se desenrolando ao longo da caminhada e detive-me em frente de várias coisas que me pareceram, tal como eu, desenquadradas. Registei. A que me pareceu mais parecida comigo foi o que fotografei e que publiquei em cima. Uma pena branca e frágil no meio do betão duro do paredão já desgastado e corroído pelas ondas do mar. Fez-me lembrar a minha fragilidade emocional de hoje contra um mundo enorme de pedra sem nada que nos agarre e sem nos poder agarrar a nada. Isto é o que enfrentamos no nosso dia-a-dia, sempre dependentes de tudo o que nos queiram dar e de tudo o que gostamos de receber.  
Este tema, pareceu-me um mundo de tanto que o sinto. Tanto para dizer, tanto para perceber! 

"A ordem é o prazer da razão: mas a desordem é a delícia da imaginação."
(Paul Claudel)

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

14.09.11 Meu e só meu




Confesso que já tenho saudades de escrever por “inspiração”, quero eu dizer com muita vontade.
Isto de obrigações e desafios é divertido mas cansa e retira-nos forças para ideias novas. Para mim, que nunca me foi fácil escrever, que preciso de espaço, que tenho de colar letra por letra para formar cada palavra, que apago e volto a escrever, o tempo é precioso. E tempo é aquilo que tenho muito pouco disponível no meu dia-a-dia e por isso, “desperdiça-lo” com uma ideia por dia é aliciante, mas acaba por se tornar banal, rotineiro e muito cansativo. No meio disto tudo e como em tudo nesta vida, tem as suas vantagens. Dei-me conta que há dias que são extensões dos anteriores e que às vezes se passam semanas nos mesmos registos. Obriga-me a fazer “rewinds” sucessivos a cada dia e a retirar deles, quando consigo, o sumo. Mas… quantas vezes dei por mim a escrever tudo o que o dia teve de menos interessante. Ainda não me debrucei muito sobre este fenómeno, já o detectei, já o assumi, já entrei nele ao de leve. Uma coisa é certa, o que muitas vezes fica por dizer nestas andanças, é aquilo que é meu e só meu.

“Só percebemos o valor da água depois que a fonte seca.”
(Provérbio popular)

terça-feira, 13 de setembro de 2011

13.09.11 Pedir com o coração





Quando se pede muito uma coisa, essa coisa acontece. Não é pedir de dizer eu quero, nem tão pouco de gritar ao mundo é agora. Não é se quer pensar muito na situação, é simplesmente querer dentro de nós, querer vindo directamente do coração. Como é que isso funciona? Pois que não sei, mas sei que funciona. Já tive essa experiencia várias vezes na minha vida. Só um pormenor… deve ser raro querer assim tanto! Porque só assim consigo explicar aquilo que é tão raro acontecer…

“Querer não é poder. Quem pôde, quis antes de poder só depois de poder. Quem quer nunca há-de poder, porque se perde em querer.”
(Fernando Pessoa)