quarta-feira, 10 de novembro de 2010

10.11.10 Deserto


Só minha


Sensação engraçada a que eu senti hoje.
Fui passear e levei o meu almoço.
Almocei sozinha numa praia deserta e enorme. Nunca em tempo algum estive tanto tempo nesta praia gigantesca tão sozinha como hoje. A praia esteve só por minha conta tempos infinitos. E quando digo só por minha conta, digo sem ver uma pessoa, um carro, um cão, no areal ou fora dele.
Era eu e as gaivotas, o sol e o mar, a ondas e a espuma.
Almocei, andei, andei, andei, ouvi música, dancei, corri, tirei fotografias, só não tomei banho, porque quando tive essa ideia começou a chover. O banho ficou tomado por ali mesmo à beira mar entre risos e gestos largos em roda.
Quando finalmente me fartei de estar sozinha e de curtir só para mim aquela extensão de mar e areia e me dirigi para a rampa de saída é que comecei a ver um carro a entrar na enseada e pouco depois um casal descer a rampa por onde dois minutos a seguir eu subi.
Ainda pensei: -vão ter a mesma sorte que eu! - Mas não, de repente chegou outro carro e outro e mais outro, uma carrinha turística e o jeep que levou o senhor que abriu a loja.
A sorte, hoje, foi só minha.

"Tudo quanto penso
Tudo quanto sou
É um deserto imenso
Onde nem eu estou"

(Fernando Pessoa)

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