terça-feira, 9 de novembro de 2010

09.11.10 Mar

Hummm! Nada de especial


Acordei de olhos postos no mar.
Era suposto o mar estar grande. Grande não, muito grande. Parece que o swell hoje era de 8 metros, podendo chegar aos 9 metros. Não sei bem o que isto quer dizer, sei que se a orientação dos ventos e outras condições se reunissem todas à esquina o mar estaria no seu auge por volta das 9h da noite (pena não ser hora de tirar fotografias).
Não deve ter sido o caso, porque o mar esteve grande, mas já vi muito maior.
O meu fascínio pelo mar toma, às vezes,proporções um bocado exageradas. Não consigo tirar os olhos dele. A beleza, o ruído, o estremecer, a espuma, a orientação, o ritmo, a cor, a força, a brisa, o cheiro, a pujança, a vida, a imensidão, a solidão… Tudo isto me cria um bilião de sentimentos como medo, admiração, respeito, estupefacção, que não me deixam virar as costas.

"Pus o meu sonho num navio
e o navio em cima do mar;
- depois, abri o mar com as mãos,
para o meu sonho naufragar

Minhas mãos ainda estão molhadas
do azul das ondas entreabertas,
e a cor que escorre de meus dedos
colore as areias desertas.

O vento vem vindo de longe,
a noite se curva de frio;
debaixo da água vai morrendo
meu sonho, dentro de um navio...

Chorarei quanto for preciso,
para fazer com que o mar cresça,
e o meu navio chegue ao fundo
e o meu sonho desapareça.

Depois, tudo estará perfeito;
praia lisa, águas ordenadas,
meus olhos secos como pedras
e as minhas duas mãos quebradas."

(Cecília Meireles)

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