Pedras de gelo |
Ontem à noite morri de frio. Usei mantas, aquecedores a óleo, a gasóleo, a gás e até eléctrico eu tentei. Acabei por aquecer só debaixo dos lençóis. O frio era tanto que fechei as portadas das janelas, pela primeira vez em muitos anos. De tal forma que hoje quando acordei nem reparei se estava de chuva ou se havia sol. Preparei-me para o passeio matinal e quando ia já de saída lembrei-me de abrir as portadas.
Este foi o espectáculo que vi, ou por outra, fiquei pela metade do ver e só lhe apanhei o fim porque fui buscar a máquina.
Mas o mais engraçado é que não sei quem vibrou mais com tudo isto, se eu se a minha princesa pequenina. Dei comigo a tirar fotografias com todos os telemóveis e máquinas que tinha, pasmada com o tamanho e quantidade das pedras, feliz por ver a criatura pequena feliz. E tudo isto culminou comigo a chegar ao meu destino da manha, com o pára-brisas ainda cheio de pedras brancas lindas e sem ter posto as escovas, para poder ir a vendo aquele efeito de neve branca no vidro. Sonhar nunca fez mal a ninguém… pelo menos este tipo de sonhos!
“O único remédio para o nascimento e para a morte é o de gozar o que os separa.”
(Jorge Santayana)