domingo, 26 de junho de 2011

26.06.11 Tudo igual e tudo tão diferente




Hoje andei por caminhos de ontem e vi as cambalhotas que dei neste ano. Sinto ainda muito presente o quente dos sentimentos, a dor de cada pensamento, o peso das decisões tomadas, o vazio de um minuto atrás do outro, o lastro das lágrima que caíram. Mas percebi que, apesar de não ter dado conta, tudo mudou.

E quando digo que tudo mudou, tudo mudou mesmo. A maneira de estar e de viver, os assuntos que rolam na cabeça, a capacidade de os resolver, a forma de olhar para eles, a intensidade com que os encaro, em suma, um domínio de pensamentos e uma frieza de sentimentos bastante diferentes daquilo que era eu há um ano atrás. Diferente está ainda a minha cara, o meu corpo, a minha vontade, os meus quereres, os meus desejos. Só os valores se mantêm. Acho que esses não se alteraram nunca. Mas, e cá está o mas de cada certeza, a forma de os viver é outra. Bem menos crítica, bem menos castradora, muito mais tranquila, muito mais saudável.
Cada bocadinho de mim é agora muito diferente.

“Não importa se a estação do ano muda...
Se o século vira, se o milénio é outro.
Se a idade aumenta...
Conserva a vontade de viver,
Não se chega a parte alguma sem ela.”
(Fernando Pessoa)

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