sexta-feira, 3 de junho de 2011

03.06.11 Carta




Correio. Cartas. Cartas à séria, escritas à mão, enviadas por correio, entregues pelo carteiro em mão ou mesmo na caixa do correio. Que saudades. A última que recebi já tinha mais de um ano!
Mas hoje recebi uma carta. Uma carta que escrevi para mim própria na formação de escrita criativa. Uma das melhores formações e um dos maiores desafios que já tive até hoje.
Estranho que é ler uma coisa que me foi dirigida por mim própria, sobre mim e para mim. A verdade é que não me lembro de ter escrito metade daquilo que escrevi e, melhor, não me lembro de ter tido tanta imaginação junta. Mas que está lá, está e que está escrito à unha por mim também.
É engraçado rever e reler o que escrevi e principalmente é engraçado reviver o dia, que foi o que automaticamente aconteceu quando vi o envelope com o meu remetente escrito com a minha letra. Boa ideia a dos formadores, é uma boa campanha de marketing.

"Todas as Cartas de Amor são Ridículas

Todas as cartas de amor são
Ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas.
Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras,
Ridículas.

As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser
Ridículas.

Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são
Ridículas.

Quem me dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor
Ridículas.

A verdade é que hoje
As minhas memórias
Dessas cartas de amor
É que são
Ridículas.

(Todas as palavras esdrúxulas,
Como os sentimentos esdrúxulos,
São naturalmente
Ridículas.)"
(Álvaro de Campos)

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