quinta-feira, 30 de junho de 2011

30.06.11 Maldito Não




Não, o tempo não volta atrás. Não, nada tem retorno. Não, tudo é diferente! Não, prefiro não saber. Não, não arrisco ouvir um não!
Não. Não! Não…
Maldito Não.

“Volta teu rosto sempre na direção do sol, e então, as sombras ficarão para trás.”
(sabedoria oriental)

quarta-feira, 29 de junho de 2011

29.06.11 Saudade




Há véus que não podem ser levantados sob o perigo de deixar passar tanta coisa lá de dentro…
Hoje bateu-me a saudade. Aquela dor imensa que vem lá do fundo e que surge quando sentimos falta de alguma coisa que fez parte de nós. Aquela vontade forte de estar, de conversar, de partilhar e de sentir que mesmo as coisas menos importantes e sem qualquer tipo de interesse são devoradas com o coração, ouvidas pelo olhar, absorvidas pelos sentidos.

“Saudade é um pouco como fome. Só passa quando se come a presença. Mas às vezes a saudade é tão profunda que a presença é pouco: quer-se absorver a outra pessoa toda. Essa vontade de um ser o outro para uma unificação inteira é um dos sentimentos mais urgentes que se tem na vida.”
(Clarice Lispector)

terça-feira, 28 de junho de 2011

28.06.11 Medos




O dia foi tomando forma, foi somando coisas boas atrás de coisas boas. Mesmo como que a mostrar que os medos, são medos e muitas vezes não passam disso mesmo. Medos!
Os medos são autênticos bichos papões. Condicionam a alegria de viver, confinam-nos a um espaço pequeno, quando podíamos ter o mundo todo por nossa conta.
Dias destes fazem-nos acreditar e andar dois passos para a frente.

“Existem dois objectivos na vida: o primeiro, o de obter o que desejamos; o segundo, o de desfrutá-lo. Apenas os homens mais sábios realizam o segundo.”
(L. Smith)

segunda-feira, 27 de junho de 2011

27.06.11 Picos




As expectativas são paus de dois bicos. De um lado são rosas, lindas de morrer, macias tal e qual veludo, perfume doce, muito suave, elegantemente onduladas, de cores nobres, discretas e elegantes, todos nós as gostaríamos de ter. Do outro são picos aguçados, grandes e disformes, são tanto mais afiados e grandes quanto mais bonitas são do lado contrário.
Não sei muito bem de onde surgem, nem como surgem, mas de uma coisa tenho a certeza, ninguém cria expectativas grandes, bonitas e cor-de-rosa sobre pessoas e coisas de que não gosta. Estou certa de que as intenções de cada lado são sempre as melhores. O facto é que surgem, caem tantas vezes por terra, viram-se e picam que se farta.

“A vida requer cuidado. Os amores também. Flores e espinhos são belezas que se dão juntas. Não queira uma só, elas não sabem viver sozinhas...
Quem quiser levar a rosa para sua vida, terá de saber que com elas vão inúmeros espinhos. Não se preocupe a beleza da rosa vale o incómodo dos espinhos...”
(Padre Fábio de Melo)

domingo, 26 de junho de 2011

26.06.11 Tudo igual e tudo tão diferente




Hoje andei por caminhos de ontem e vi as cambalhotas que dei neste ano. Sinto ainda muito presente o quente dos sentimentos, a dor de cada pensamento, o peso das decisões tomadas, o vazio de um minuto atrás do outro, o lastro das lágrima que caíram. Mas percebi que, apesar de não ter dado conta, tudo mudou.

E quando digo que tudo mudou, tudo mudou mesmo. A maneira de estar e de viver, os assuntos que rolam na cabeça, a capacidade de os resolver, a forma de olhar para eles, a intensidade com que os encaro, em suma, um domínio de pensamentos e uma frieza de sentimentos bastante diferentes daquilo que era eu há um ano atrás. Diferente está ainda a minha cara, o meu corpo, a minha vontade, os meus quereres, os meus desejos. Só os valores se mantêm. Acho que esses não se alteraram nunca. Mas, e cá está o mas de cada certeza, a forma de os viver é outra. Bem menos crítica, bem menos castradora, muito mais tranquila, muito mais saudável.
Cada bocadinho de mim é agora muito diferente.

“Não importa se a estação do ano muda...
Se o século vira, se o milénio é outro.
Se a idade aumenta...
Conserva a vontade de viver,
Não se chega a parte alguma sem ela.”
(Fernando Pessoa)

sábado, 25 de junho de 2011

25.06.11 Perder Tempo




Só me posso ter em muito boa conta! Porque será que às vezes estou à espera que apeteça aos outros o mesmo que me apetece a mim. E o pior é que ainda me recrimino por, na minha inocência, ter tido o rasgo de pensar que sou importante para alguém.
O que me fez pensar que, perder tempo com os outros, priva-nos do nosso próprio tempo.

“Perder tempo em aprender coisas que não interessam, priva-nos de descobrir coisas interessantes.”
(Carlos Drummond de Andrade)

sexta-feira, 24 de junho de 2011

24.06.11 Eterna duvida




Poderei eu estar a querer demais? Estarei a exigir de menos?
Não sei se fique, não sei se vá?
Não sei se é ou se não é?
Não sei, ponto.

"Em estado de dúvida, suspende o juízo."
(Pitágoras)

quinta-feira, 23 de junho de 2011

23.06.11 Ser ou não ser




Gosto de ficar a olhar para as frases e de tentar perceber porque é que elas me chamaram a atenção.

"Não vemos as coisas como são: vemos as coisas como somos."
(Anais Nin)

quarta-feira, 22 de junho de 2011

22.06.11 Redamar





Hoje descobri uma palavra nova. Redamar.
Redamar - Amar e ser amado.
As palavras são um grande desafio para mim. Sempre o foram.
O que querem dizer, onde e como se usam são algumas das minhas eternas duvidas.
Não sei palavras caras. O meu vocabulário é muito reduzido. Não tenho capacidade para assimilar palavras que não sei aplicar no meu dia-a-dia. Também sei que este é um dos grandes defeitos da minha escrita. O lema sempre foi “keep it simple, stupid, antes que faças asneiras”. Mas a minha curiosidade é grande e sempre que oiço uma palavra diferente os meus ouvidos ficam atentos. Será que esta é simples suficiente para entrar no meu vocabulário?
Nunca percebi muito bem o meu critério de avaliação e selecção. Por isso nunca saberei se as palavras que aprendi hoje, serão usadas amanha. Se não a conseguir usar daqui a uns anos vou ler este post e ficar surpreendida. Como é que eu soube um dia o que era redamar.
Mas que achei graça à palavra, achei!

"Ser profundamente amado por alguém nos dá força; amar alguém profundamente nos dá coragem."
(Lao-Tse)

terça-feira, 21 de junho de 2011

21.06.11 Eu sou feita do tempo que tenho.




Eu sou feita daquilo que passo, do que penso e de quem me acompanha.
Hoje senti que aquilo que sou deve-se a cada minuto que passa.
Parece pouco, parece simples?
Pois parecia sim, antes de ter pensado nisto porque assim que comecei a escrever começaram a disparar as ideias e a coisa que parecia simples complicou.
Ora vamos lá ao desembrulho:
Devo o que sou ao que se passa em cada minuto, ao que penso e sobre quem penso, o que faço e como faço, com quem estou e como estou, a quem sou sensível e o que lhe oiço e assimilo, o que sinto e depois disto tudo o que ficou guardado e passa a fazer parte de mim. No fundo é o percurso de uma digestão. Os alimentos são ingeridos, digeridos e absorvidos ou expelidos.
Devemos encarar cada minuto como numa boa alimentação. Devemos fazer uma dieta variada e saudável, mastigar bem e devagar para saborear. Não ingerir demais para não acumular gorduras e toxinas, fazer exercício para as libertar se preciso for. O que é absorvido fica a fazer parte de nós e o que não presta, sai.
Mas como em tudo, nada fica para sempre.

“Não penses que a sabedoria é feita do que se acumulou. Porque ela é feita apenas do que resta depois do que se deitou fora.”
(Vergílio Ferreira)

segunda-feira, 20 de junho de 2011

20.06.11 Ses




A dúvida mata. Os ses vão corroendo o nosso pensamento, vão remexendo, dão voltas e mais voltas e não deixam as ideias sair daquele espaço pequeno para arejar, apanhar ar e saltar daquele ciclo vicioso, do ser ou não ser. Os ses, são doentios, viciantes, jogos perigosos. Deixam-nos presos ao chão ou mesmo pregados. É muito mais fácil ir atrás do que parece, é muito simples arranjar desculpas que nos magoem, consegue-se ser lógico até. Afinal a tristeza dói, sente-se na pela. E é tão fácil acreditar quando se sente.
Mas, nem tudo o que parece é, tal como nem tudo o que se ouve.
Faz parte do crescimento aprender a ignorar alguns ses, faz parte de ser adulto ter paciência e deixa-los correr à vontade, dar-lhes tempo. Só o tempo consegue desmistificar o seu teor e fazer com que a realidade sobressaia sem palas, nem sombras.

"As vezes é preciso parar e olhar para longe, para podermos enxergar o que está diante de nós."
(John Kennedy)

domingo, 19 de junho de 2011

19.06.11 Pergunta




Olho à minha volta e pergunto-me vinte vezes como é possível existirem tantas casas, tantos prédios, tantas ruas, tantos campos de trigo, tantos pôr-do-sols, tantas construções bem-feitas. Como é possível ter havido tanto cuidado nas fundações, tantos abanos amparados e cuidados, tantos ventos colhidos, tantos sorrisos largados, tantas cores a brilhar, tanta purpurina espalhada e afinal não conseguir encontrar as estrelas, os habitantes das casas, o sol, os espantalhos dos campos. Já nem a Lua anda mais por aqui!

“Com todo perdão da palavra, eu sou um mistério para mim.”
(Clarice Lispector)

sábado, 18 de junho de 2011

18.06.11 Momentos Perfeitos





Hoje vamos começar por aqui:
"Don't wait for the perfect moment... take the moment and make it perfect".
É nisto que eu quero acreditar.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

17.06.11 Desentendimentos




Por mais anos que viva nunca vou entender os porquês de certos comportamentos que se têm. Rendo-me.
Viver é bem mais importante que entender. Por isso quando não se entende, mandam-se os desentendimentos para as cucuias e segue-se em frente. Mais dia, menos dia os sentimentos de desconforto desaparecem e tudo continua a andar para a frente como sempre.

“Ainda bem que sempre existe outro dia. E outros sonhos. E outros risos. E outras pessoas. E outras coisas.”
(Clarice Lispector)

quinta-feira, 16 de junho de 2011

16.06.11 Hoje não é o dia




Definitivamente hoje não é o dia.

“Eu não sou tão triste assim, é que hoje eu estou cansada”
(Clarice Lispector)

quarta-feira, 15 de junho de 2011

15.06.11 Noite de Lua Cheia




Noite de Lua cheia é sempre mágica. Noite de Lua Cheia com Eclipse de Lua ainda mais mágica é.
Se as estrelas quando se riem consolam-nos a lua quando está cheia preenche-nos. Nunca consegui explicar esta fixação mas talvez seja pela companhia que ela faz, pela luz que emite fazendo com que o escuro não seja tão escuro e se consiga perceber que nada deixou de existir, está tudo pura e simplesmente em stand by.

“O Eterno Espanto
Que haverá com a lua que sempre que a gente a olha é com o súbito espanto da primeira vez?”
(Mário Quintana)

terça-feira, 14 de junho de 2011

14.06.11 O Meu Sonho de Hoje




O meu sonho foi a própria passagem do "Principezinho e da Raposa", com a diferença que eu, a Princesinha, estava sentada em cima de uma ameixeira e não de uma macieira e a raposa estava por baixo dela.
5 Coisas engraçadas acerca deste sonho. A primeira, a ameixeira onde eu estava sentada era igualzinha à que eu subi este fim-de-semana. A segunda o facto de “alguém” me ter dito que os meus textos se pareciam com as passagens do livro “O Principezinho”. Terceiro o facto de eu ter ficado a admirar uma fotografia muito bem apanhada, por sinal, de uma raposa linda e com um olhar tão penetrante que me desassossegou e por quase último a minha filha pequena veio pedir-me para lhe ler a passagem do livro do Principezinho e da Raposa, porque tinha de saber o que era “Cativar” e queria compreender toda aquela conversa, que assim parecia um bocadinho chata.
Se tudo isto não foram coincidências, então o que foram?

Todas estas misturas deram no que deram, um sonho lindo em que eu cativei a raposa e onde revi uma data de conceitos aplicados à minha vida. Pelo sonho passaram uma quantidade grande de pessoas e coisas, situações e lugares, árvores de fruto e cobras, telheiros e poços, conversas e portas que se fecharam, chegadas e partidas.
Percebi quem entra e sai dela ou melhor quem é principezinho e quem é raposa, quem cabe e quem escapa e ainda quem cativa e quem se deixa cativar ou ambas as coisas. Sei que acordei sobressaltada às 5 da manha e fiquei sentada na cama a olhar para o céu. Tinha estrelas, poucas porque estava muita luz. A lua ainda devia andar por lá, se bem não a via. E cada estrela ria para mim… e aquela… aquela que está lá longe e que tem uma flor, estava nesse momento a rir e olhar para e por mim e tive a certeza de que tudo estava bem. Deitei-me consolada e voltei a adormecer com aquela imagem da estrela a sorrir.

“E quando te houveres consolado (a gente sempre se consola), tu te sentirás contente por me teres conhecido. Tu serás sempre meu amigo. Terás vontade de rir comigo. E abrirás às vezes a janela à toa, por gosto... E teus amigos ficarão espantados de ouvir-te rir olhando o céu. Tu explicarás então: "Sim, as estrelas, elas sempre me fazem rir!" E eles te julgarão maluco. Será uma peça que te prego...”
(Antoine Saint-Exupéry)

segunda-feira, 13 de junho de 2011

13.06.11 Banho de Loja




E onde é que eu acabei o meu dia?
Num banho de loja!
Só depois de um fim-de-semana assim é que me meteria numa destas.
Mas devo dizer que para além do estoiranco, trouxe um saco de coisas baratinhas e giras e… (a novela ameixas continua) os próprios dos ingredientes necessários  à bela da receita de geleia de ameixa, compota de ameixa, crumble de ameixa e bolo de ameixa e... Ainda sacos para congelar polpa de ameixa, óptima para pôr por cima de um gelado de natas. Aquela cor faz um figurão.
Sinto-me uma verdadeira chef.

"Um dia, quando olhares para trás, verás que os dias mais belos foram aqueles em que lutaste."
(Sigmund Freud)

domingo, 12 de junho de 2011

12.06.11 Nem queria acreditar!




Nem queria acreditar. Quando dei por mim já estava em cima da árvore e bem lá no alto.
Era preciso não deixar que as ameixas se estragassem. Mas...
Acho que de repente me apercebi que se calhar não deveria ter feito aquilo. Deveria ter pensado que para descer não seria assim tão fácil como para subir. Afinal a idade não perdoa e coisas que anos atrás eu nem me daria ao trabalho de pensar, agora bateu-me forte, mas só depois de ter dado o primeiro passo. Tarde de mais! Pensado ou não pensado já lá estava em cima, por isso era fazer o que tinha a fazer e depois logo se veria.
Tive sorte. Tudo correu bem e cheguei sã e salva a terra segura 1h30 depois, com dois alguidares enormes cheios de ameixas. Foi divertido e os limites foram mais uma vez testados. Não deixou de ser uma loucura. Enfim passei para a etapa seguinte. Ser dona de casa e não deixar, efectivamente, que as ameixas se estragassem. Dividir com família e amigos 1º round e já feito. 2º round armar-me em Dona de Casa Extremosa e ver de que forma se podem conservar as minhas meninas resgatadas, 3º round por mãos à obra.

“É necessário abrir os olhos e perceber as coisas boas dentro de nós, onde os sentimentos não precisam de motivos nem os desejos de razão.”
(Clarice Lispector)

sábado, 11 de junho de 2011

11.06.11 Trabalho, Música e Boa Disposição




2º Dia de trabalho no duro. Listas e mais listas. Lixas, pregos, tubos, martelo, chaves inglesas, buchas, pás, carrinho de mão, ancinhos, muita água, esfregões e panos, detergentes em barda, e até lixívia (coisa proibida) entrou no meu rol. Mas dá gozo ver as coisas a tomarem forma, mesmo dando cabo das unhas, dos joelhos e das costas. Com ajuda de qualidade (grandes filhotas), música e muito boa disposição dá um gozo desgraçado.

“A alegria evita mil males e prolonga a vida.”
(William Shakespeare)

sexta-feira, 10 de junho de 2011

10.07.11 À Descoberta




Parti à descoberta.
Que bom que é descobrir coisas novas, ver novas perspectivas, abrir horizontes. Parece que os dias ficam maiores, rendem mais. Os ânimos ficam bastante mais leves e a tolerância para com as coisas menos boas da vida aumenta vertiginosamente.

“Não basta abrir a janela
para ver os campos e o rio.
Não é o bastante não ser cego
para ver as árvores e as flores.
É preciso também não ter filosofia nenhuma.
Com filosofia não há árvores: há ideias apenas.
Há só cada um de nós, como uma cave.
Há só uma janela fechada, e o mundo lá fora;
E um sonho do que se poderia ver se a janela se abrisse,
Que nunca é o que se vê quando se abre a janela.”
(Alberto Caeiro)

quinta-feira, 9 de junho de 2011

09.06 Dia seguinte à Bethania!




A espera foi grande, foram dias e dias e dias a fazer o dia de cabeça, a sonhar com cada música a tentar adivinhar o reportório. E hoje é claro que temos birra de cansaço, embirração de sono e o vazio enorme de um sonho já passado.

“O passado não reconhece o seu lugar: esta sempre presente.”
(Mário Quintana)

quarta-feira, 8 de junho de 2011

08.06.11 Dia de Bethania




Dia de Bethania. Cá está ele. Finalmente!
Já não estava nem a aguentar mais um bocadinho. Ainda estou para perceber porque foi que pus tantas expectativas neste dia, mas a verdade é que pus e de tal forma que programei cada minuto do dia até lá chegar. O que me valeu foi que tudo correu como previsto. Mas que espectáculo! Adoro a voz, adoro os poemas que escolhe, a sua maneira de os declamar, o encadeamento dos poemas com as músicas, a presença em palco, a magia que irradia, a emoção que passa, os arranjos musicais, a música em si e mesmo a maneira como ela vive e nos faz viver a sua música através do palco.
É um amor recente. Deve ser dai a embriaguez!

“O segredo da criatividade está em dormir bem e abrir a mente para as possibilidades infinitas. O que é um homem sem sonhos?”
(Albert Einstein)

terça-feira, 7 de junho de 2011

07.06.11 Sebastião e Tomás





Eram 6h45 da manha quando fui acordar as minhas filhas. Sentei-me como sempre na cama da mais pequena a olhar para a frente e, ainda meio ensonada, desviei o olhar para a janela que estava com as portadas entreabertas, deixando entrar uma luz curiosa e muito tímida. Naquela penumbra segui os raios de luz que trespassavam suavemente a escuridão e dei com os olhos nos meus amigos e companheiros de tantos anos. Dois ursinhos que nos acompanham desde que o primeiro dos meus filhos nasceu. O Sebastião e o Tomás. Não sei de quem eles foram mais amigos, se dos meus filhos se meus. E lá estão eles velando pelo sono das minhas filhas e acompanhando as suas histórias. Também a mim me acompanharam nas noites não dormidas na cabeceira de cada um, ajudando-me a aconchega-los quando a noite chegava e aquele escuro nostálgico e terrifico se abatia sobre as suas cabeças. Ajudando-me tantas e tantas vezes a consolar as suas feridas e as suas dores e, acima de tudo, ajudando-me a ultrapassar a minha solidão e as minhas hesitações neste caminho enorme de estrada larga e cheia de encruzilhadas que é o de ser Mãe e Mulher.

“Life isn't about waiting for the storm to pass...it's learning to dance in the rain”
(Autor desconhecido)

segunda-feira, 6 de junho de 2011

06.06.11 Desarrumada




Sou como os burros. Sei o que me faz falta, sei que talvez precise da minha própria ajuda para o conseguir, mas continuo parada paradinha à espera que as coisas caiam do Céu e se arrumem por elas próprias!

“A gente todos os dias arruma os cabelos: por que não o coração?”
(Provérbio chinês)

domingo, 5 de junho de 2011

05.06.11 Domingo




Domingo é sempre um dia que não é carne nem peixe. É nim. Não é começo, não é meio. É o princípio do fim do fim-de-semana. Acaba por ser um dia em que entramos em estágio e preparação para começar uma nova semana.
Quer se queira, quer se não, acaba por ser um dia geralmente chato e oco.

“A divagação é o domingo do pensamento.”
(Henri Amiel)

"Eu que detesto domingo por ser oco.” 
(Clarice Lispector in: Água Viva)

sábado, 4 de junho de 2011

04.06.11 Um Exemplo




Ontem tive um grande exemplo. Ontem aprendi que com persistência, paciência, trabalho, muita convicção e coragem, chegamos onde queremos. Resta-me copiar e começar a fazer o que quero fazer.

"É fazendo que se aprende a fazer aquilo que se deve aprender a fazer."
(Aristóteles)

sexta-feira, 3 de junho de 2011

03.06.11 Carta




Correio. Cartas. Cartas à séria, escritas à mão, enviadas por correio, entregues pelo carteiro em mão ou mesmo na caixa do correio. Que saudades. A última que recebi já tinha mais de um ano!
Mas hoje recebi uma carta. Uma carta que escrevi para mim própria na formação de escrita criativa. Uma das melhores formações e um dos maiores desafios que já tive até hoje.
Estranho que é ler uma coisa que me foi dirigida por mim própria, sobre mim e para mim. A verdade é que não me lembro de ter escrito metade daquilo que escrevi e, melhor, não me lembro de ter tido tanta imaginação junta. Mas que está lá, está e que está escrito à unha por mim também.
É engraçado rever e reler o que escrevi e principalmente é engraçado reviver o dia, que foi o que automaticamente aconteceu quando vi o envelope com o meu remetente escrito com a minha letra. Boa ideia a dos formadores, é uma boa campanha de marketing.

"Todas as Cartas de Amor são Ridículas

Todas as cartas de amor são
Ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas.
Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras,
Ridículas.

As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser
Ridículas.

Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são
Ridículas.

Quem me dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor
Ridículas.

A verdade é que hoje
As minhas memórias
Dessas cartas de amor
É que são
Ridículas.

(Todas as palavras esdrúxulas,
Como os sentimentos esdrúxulos,
São naturalmente
Ridículas.)"
(Álvaro de Campos)

quinta-feira, 2 de junho de 2011

02.06.11 Raízes Profundas




Assim, há estímulos que se repetem e quando se repetem reavivam em nós todos os momentos que vivemos e nele revivemos o passado como se tivesse sido hoje e, no hoje, vamos acrescentando mais uns pós. Acontece que há uns momentos tão marcantes que se tornam presentes a toda a hora deixando em nós raízes profundas.

"Dê a quem você ama: asas para voar, raízes para voltar e motivos para ficar."
(Dalai Lama)

quarta-feira, 1 de junho de 2011

01.06.11 Mês Seis




Parece-me que hoje foi o dia escolhido para eu ficar de queixo caído.
- Foi o tempo que passou depressa demais, entramos no mês seis. Mês seis… Meio do Ano… Nem dá para acreditar! A bem dizer no meu passeio matinal deparei-me com a brigada do reumático a entrar pela praia a dentro o que me obrigou a perceber que a época balnear tinha aberto e com ela estas espectaculares excursões que enchem a praia de cor e de conversas bem-humoradas.
- Foi porque me apercebi que há pessoas muito mal formadas, que não se conformam com o bem-estar e felicidade dos outros. E sempre que vêm um brilhozinho nos olhos de alguém, um tom mais divertido, um sorriso a pairar… Aqui d’el Rei - Pára tudo!
- Foi porque apanhei a estátua do Marquês de Pombal com o próprio do Marquês vestido com um quimono de Judoca todo branco. Como é que é possível?
- Foi porque de repente me apercebi que nem sempre está do meu lado quem achei que estaria incondicionalmente.
- Foi porque mesmo no finalzinho da noite tive o grande consolo do dia numa palavra só.

Uma palavra, no momento certo também faz cair o queixo!

"Todos os dias Deus nos dá um momento em que é possível mudar tudo que nos deixa infelizes. O instante mágico é o momento em que um 'sim' ou um 'não' pode mudar toda a nossa existência."
(Paulo Coelho - Nas margens do Rio Piedra eu sentei e chorei)