quarta-feira, 31 de agosto de 2011

31.08.11 Recordar nunca estará na mesma dimensão do viver




Hoje acordei com uma vontade enorme de fazer do meu dia um dia diferente.
A vontade é de falar, a decisão é de me conter.

A partir de uma certa idade comecei a entender o que queria para mim. Queria sentir-me única para alguém. E percebi que queria isto porque na verdade cada uma das pessoas que me acompanhava era única para mim. Única na maneira de ser, de ver, de ouvir, de sentir. Cada uma tinha características que nenhuma das outras tinha. Limitei-me a perceber o que é que cada uma das pessoas que me rodeia tem de diferente e de bom para me dar e o que é que cada uma delas significa para mim. A partir daqui dou-lhe o valor que ela tem em cada um dos seus pormenores. Cada pessoa tem de facto a sua silhueta e é única naquilo que dá. Por isso quando se perde essa pessoa seja de que forma for, perde-se tudo. Há quem diga que ficam as memórias, as recordações. Eu até concordo, essas ficam na realidade, o que aconteceu já ninguém nos tira, mas recordar nunca estará na mesma dimensão do viver. E é isto que as crianças procuram, sem vergonhas, sem medos nem complexos, quando repetem ou pedem para repetir as mesmas coisas vezes infinitas até à exaustão. Elas sim são felizes


E, por fim consegui que o meu dia fosse ligeiramente diferente do que deveria ter sido. Sair da nossa rota tem sempre esse efeito.

“O maior prazer de um homem inteligente é bancar o idiota diante do idiota que quer bancar o inteligente”
Confúcio

terça-feira, 30 de agosto de 2011

30.08.11 Por Direito e Escolha




Porquê pensar no que não se tem, quando se tem tanta coisa. E o pior é que temos alertas destes por todo o lado. Eu própria já li não sei quantas frases e já ouvi outras milhentas. Acredito piamente em cada palavra mas o facto é que continuo uma eterna insatisfeita. Pior do que tudo isto ainda é querer muito, coisas que sabemos que nunca nos fariam eternamente felizes. Será só mesmo pelo prazer de consegui-las? Será pelo prazer de ganhar uma guerra?
Chego sempre à conclusão de que as pessoas não estão cá para fazer os outros felizes mas sim para serem elas próprias o motor dessa busca.
Sabendo tudo isto e uma vez que tenho muito o que me faça feliz, porque não parar e ficar a saborear o que é meu por direito e escolha.


“O homem deseja tantas coisas, e no entanto precisa de tão pouco.”
(Johann Goethe)

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

29.08.11 A remar contra a maré.


 A que se deverá este fenómeno? Gostava muito de saber.


Sinto-me nitidamente a remar contra a maré.
Dura e exigente comigo chego à conclusão do não, mas morta de pena que não seja um sim. Com jeitinho e depois de muito pensar, sou mais benevolente comigo própria e acabo por quebrar um bocado e penso: Não pode ser! Mas até sei que, lá no fundo, já se começa a desenhar um sim. Bato o pé e digo: Não, é mesmo não! E aos poucos vou-me convencendo do sim. Até que surge um: Porque não? Afinal os nãos podem ser sins! Invariavelmente avanço a medo. Levo um não e volta tudo ao princípio.
Não há nada pior do que saber a formula e não conseguir, ou melhor, não querer aplica-la.
Os nossos pensamentos são como as crianças pequenas, aproveitam-se da fragilidade do momento e tentam arranjar um monte de desculpas esfarrapadas, de situações adversas, argumentam que eu sei lá só para conseguir derrotar a fórmula e vergar a posição inicial. Estou nisto há dias infinitos. Sei, supostamente, o que não devo fazer, o que não devo dizer, sei supostamente que a minha razão é sensata, mas invariavelmente chego ao momento em que duvido de tudo o que me passa pela cabeça de tão grande que é a vontade de que as coisas não sejam como são. É aqui o ponto da decisão, é aqui que acabamos sempre por fazer asneira. Invariavelmente quebramos e cedemos. A esperança nunca morre.

“A neve e as tempestades matam as flores, mas nada podem contra as sementes.”
(Khalil Gibran)

domingo, 28 de agosto de 2011

28.08.11 Entrada nas Aulas




Vai começar agora a roda-viva da entrada nas aulas. Compras de material escolar, forras dos livros, arrumações nos armários, roupas e sapatos em falta. Listas, coordenação de horários e um montão de coisas próprias desta altura do ano. Já nem falo só pela entrada nas aulas é mais pela entrada na nova estação do frio e das chuvas. É que esta coisa de só ter chinelos é muito bonita mas quando é preciso um par de sapatos um bocadinho mais arranjadinhos para uma ocasião mais formal, a coisa fica agreste -já não cabem, estão apertados, são feios e eu sei lá mais o que arranjam, 3 crianças habituadas a ter os pezinhos à solta. E quem diz sapatos, diz agasalhos e quem diz agasalhos diz casacos e calças e…


Verbo Ser
“Que vai ser quando crescer?
Vivem perguntando em redor. Que é ser?
É ter um corpo, um jeito, um nome?
Tenho os três. E sou?
Tenho de mudar quando crescer? Usar outro nome, corpo e jeito?
Ou a gente só principia a ser quando cresce?
É terrível, ser? Dói? É bom? É triste?
Ser; pronunciado tão depressa, e cabe tantas coisas?
Repito: Ser, Ser, Ser. Er. R.
Que vou ser quando crescer?
Sou obrigado a? Posso escolher?
Não dá para entender. Não vou ser.
Vou crescer assim mesmo.
Sem ser Esquecer.”
(Carlos Drummond de Andrade)

sábado, 27 de agosto de 2011

27.08.11 Marés vivas de Agosto





Todos os anos no fim de Agosto fico espantanda ao chegar à praia e ver que o mar está bravo e que não temos praia. Começam as marés vivas ditas de Setembro. Sim, é em Agosto que elas começam. No entanto, foi um bom dia de praia. Não há melhor que o sol baixo do fim de Verão, o cheiro da humidade no ar, o brilho do mar, as temperaturas amenas, boas para se adormecer na toalha depois de uma sova de bandeira encarnada e, no fim de tudo acabar com um copo de vinho tinto, uma bela sardinhada e uma salada de pimentos bem temperada. Estes dias sabem-me bem.

Soneto 17
“Se te comparo a um dia de verão
És por certo mais belo e mais ameno
O vento espalha as folhas pelo chão
E o tempo do verão é bem pequeno.

Às vezes brilha o Sol em demasia
Outras vezes desmaia com frieza;
O que é belo declina num só dia,
Na terna mutação da natureza.

Mas em ti o verão será eterno,
E a beleza que tens não perderás;
Nem chegarás da morte ao triste inverno:

Nestas linhas com o tempo crescerás.
E enquanto nesta terra houver um ser,
Meus versos vivos te farão viver.”
(William Shakespeare)

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

26.08.11 Surpresa




Surpresas são sempre surpresas, adoro surpresas, gostaria de ter muitas mais, todos os dias várias se fosse possível. Fazem-me bem à alma. E o que eu as aproveito… Há quem diga que eu não lhes dou o valor devido. Não, não é bem assim. Se há pessoa que gosta de surpresas, essa pessoa sou eu. Sim, é verdade que fico sem expressão, que não exteriorizo a alegria, blá blá blá. Há minha maneira, muito caladinha e sossegadinha, para não afugentar o momento eu gozo tudo o que tenho direito, saboreio cada segundinho. E… Adoro surpresas.

“A cada manhã, exijo ao menos a expectativa de uma surpresa, quer ela aconteça ou não. Expectativa, por si só, já é um entusiasmo.
Quero que o facto de ter uma vida prática e sensata não me roube o direito ao desatino.”
(Martha Medeiros)

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

25.08.11 O Passado não volta




O Passado não volta. O Presente é vivido a cada momento. Estes dias tiveram bons momentos, todos eles vividos com a intensidade que lhes é devida e merecida.

"As coisas mais simples da vida são as mais extraordinárias, e só os sábios conseguem vê-las."
(Paulo Coelho)

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

24.08.11 Determinação




Entrei no Paredão, acompanhada pelos meus pensamentos, musica nos ouvidos e máquina fotográfica na mão. Andar era o meu objectivo e a determinação a minha energia.
Acordei decidida em conseguir fazer o paredão Estoril/Cascais de uma só vez.
Estes momentos de paredão fazem-me falta e eu já não prescindo deles. Para além do exercício são também os meus momentos de meditação.
Os meus pensamentos hoje, estiveram virados para as conchas onde todos nós acabamos por nos meter. De olhos postos em quem passava, ia tentando decifrar, pela expressão, o que é que cada um levava na alma.
Na minha cabeça foram-se formando as considerações. Hummm! Este vai ainda a dormir, o neurónio ainda não deu acordo de si! Olha, lá vai um a olhar para o nada, ó muito me engano ou viu o passarinho azul! Uns aproveitam para sonhar, outros vão nitidamente a dormir, alguns levam uma expressão de dor. Mas há os que estão atentos aos movimentos do mar, os que vão em grupo na palheta e os que calados e sérios, seguem lado a lado. Os que correm, vão com frequência em esforço e sem nada na cabeça a não ser – Tenho de chegar ao fim! Outros trazem um sorriso de orelha a orelha, vão contentes por ali estar. Há ainda os que vão compenetrados nos seus afazeres do dia, e… enfim podia continuar até amanha de manha a inventar. Uma coisa é certa, vai cada um na sua vidinha. E de consideração em consideração cheguei ao final da minha caminha de hoje sem meditação, nem coisa nenhuma a não ser um momento bem passado e descontraído. Missão cumprida.


“Matar o sonho é matarmo-nos. É mutilar a nossa alma. O sonho é o que temos de realmente nosso, de impenetravelmente e inexpugnavelmente nosso.
(Fernando Pessoa)

terça-feira, 23 de agosto de 2011

23.08.11 Que medo…




Escrever todos os dias faz-nos dar conta dos dias mortos que temos. Até dói. Dias mortos, são dias nim, passa nada. Ou por outra passa muita coisa de vez em quando, mas nada que mude a nossa vida, que nos faça desviar, que nos tire dos nossos cuidados, que nos ponha de quatro, que seja verdadeiramente impactante ou pelo menos assim à primeira vista.
Hoje fiz um milhão de coisas, inclusivamente, tratei de mim, estive com amigos do coração, andei no paredão, jantei fora e amei o que jantei e com quem jantei. Adoro o programinha anual da ida à praia grande.
Não sei muito bem do que é que eu estava à espera de sentir ou do que é que eu queria mais. Dá "deus nozes a quem não tem dentes". Eu deveria estar no "céu" a sentir-me a pessoas mais sortuda que existe. O facto é que, nestes dias, nem este "céu" tem impacto. Começo a achar que sou doida, insatisfeita, mimada, etc e tal. Que medo...

“Escuta e serás sábio. O começo da sabedoria é o silêncio.”
(Pitágoras)

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

22.08.11 Espiritualidades




Assistir à chegada de cerca de 250 jovens vindos das jornadas mundiais de Madrid é uma experiência e tanto. Fez-me lembrar as minhas idas a pé para Fátima.
Trazíamos sempre uma carga espiritual brutal e um espírito de equipa do tamanho do mundo. A hora da chegada era sem dúvida sentida e carregada de euforia.
As pessoas que nos iam buscar, tinham deixado de falar a mesma língua, tornavam-se estrangeiros por uns bons dias. Os "estrangeiros" eram meros espectadores da nossa felicidade, supostamente padrinhos desta experiencia e acima de tudo testemunhas em directo da experiência vivida.
Gostei de ver e de estar do lado de cá desta vez. Hoje gostei de ter sido a “estrangeira”.

“Democracia é dar a oportunidade de todos terem o mesmo ponto de partida. Quanto ao ponto de chegada, depende de cada um.”
(Fernando Sabino)

domingo, 21 de agosto de 2011

21.08.11 Desafios



Mais um desafio!
Bela passeata! Já estava com saudades de um passeio assim. Há dias que preciso de ter metas e de tentar chegar a elas, uma por uma. A palavra de ordem é não desistir. Hoje por cada paragem tirei uma fotografia e, de fotografia em fotografia cheguei ao meu destino. Dei conta que apesar de 3 fotografias e um café no meio caminho, a prova foi superada. Nada mau! Um bocadinho de força e persistência é o que todos nós precisamos de vez em quando. Brindei-me com um cineminha ao fim do dia.

“Nossa maior fraqueza está em desistir. O caminho mais certo de vencer é tentar mais uma vez.”
(Thomas Edison)

sábado, 20 de agosto de 2011

20.08.11 Dia Improvisado




O gesto veio atrás de cada vontade sendo que a mais forte não foi possível alcançar. Ainda assim o dia foi-se compondo.
Há vazios que nos acompanham para sempre.

“Amor não se conjuga no passado; ou se ama para sempre, ou nunca se amou verdadeiramente.”
(M. Paglia)

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

19.08.11 Gritar




Não me apetece falar, não me apetece rir, não me apetece estar. Quero dormir ou abrir uma janela para o mar e gritar. Gritar até não poder mais. Arrancar cá de dentro a erva daninha que me mina.

“As pessoas entram na nossa vida por acaso, mas não é por acaso que elas permanecem.”
(Lilian Tonet)

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

18.08.11 Golpe de Misericórdia




Olho por olho, dente por dente. Matei e por isso fui morta. Foi legítimo!
Intencional ou não, está feito. Não sei qual foi o pior se matar se ter sido morta. Como se diria no tempo das “Meninas exemplares”, o meu castigo já tinha tido a sua conta, o que veio a seguir foi só o golpe de misericórdia.


“Se me esqueceres, só uma coisa, esquece-me bem devagarinho.”

(Mário Quintana)

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

17.08.11 Desilusão




Hoje, vi estampado a desilusão nos teus olhos. Não era tristeza, era desilusão pura.
Hoje no reflexo das minhas vontades e desejos, senti na pele o peso das minhas escolhas.
Nesta minha inocência de ser, de estar e de dizer tudo o que me vem a cabeça, dei-me conta do egoísmo a que me entreguei. Depois do mal feito fui obrigada a calar a minha culpa e a engolir os meus pensamentos e vontades mais preciosas, porque elas, mesmo sendo as mais genuínas e puras e tudo o que eu mais gostaria de ter e ser, arrastam atrás de si o poder das decisões tomadas até hoje.
Senti-me mal. Mal de mal. Mas tão mal, que tive de parar para respirar e para não cair ali mesmo.
O teu olhar ficou gravado em mim, e nas minhas costas ficou o peso de mais uma decisão a ser tomada.
É sempre necessário medir o que se diz.


“A amizade é o conforto indescritível de nos sentirmos seguros com uma pessoa, sem ser preciso pesar o que se pensa, nem medir o que se diz.”
(George Eliot)

terça-feira, 16 de agosto de 2011

16.08.11 Coisas Simples




Sempre gostei da “reentre”. O brilho dos dias, os cheiros da natureza mais intensos, o mar prata, o vento deixa de soprar forte, as temperaturas ficam muito mais amenas. A vida retoma o seu ritmo, tudo ordenado e preparado para um novo ano que se presume, repleto de coisas boas para nos dar.
Bem sei que o Verão ainda é uma criança, mas depois das férias, em que a praia deixa de ser uma prioridade e de repente se nota os dias bem mais pequenos, em que começa a haver nuvens no céu e aparecem as primeiras chuvas, a tendência é sentir o Outono a chegar e a entrar devagarinho pela porta da frente.
Pois hoje senti tudo isto. Talvez por estar o tempo chocho, talvez porque entrei no compasso da vida ainda sem uma rotina chata, talvez pelo dia que foi bom, talvez porque me começo a sentir bem mais acompanhada no meu dia. Gostei de ver as janelinhas a abrir aos poucos e a vida a começar a bombar.

“Adoro as coisas simples.
Elas são o último refúgio
de um espírito complexo.”
(Óscar Wilde)

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

15.08.11 Rodeada pelas minhas coisas.




Não que tenha morrido pela falta, mas já sentia umas certas saudades, um pequeno vazio até. É bom olhar em volta e sentir o aconchego das nossas coisas, o sossego do nosso canto a segurança da nossa rotina. É bom sentir o pulso do nosso pequeno império e ter o nosso reinado de volta. É bom saber que temos uma vida à qual pertencemos e na qual não nos sentimos mal. É bom estar de volta à nossa zona de conforto.
Hoje na minha cozinha, cozinhei com prazer, coisas deliciosas. Prazer que me foi concedido pelo calor do meu fogão, pela apoio dos meus apetrechos, pelo espaço que me é familiar e me permite mexer ali como não conseguiria mexer-me noutro espaço qualquer.


"Estou de volta pro meu aconchego
Trazendo na mala bastante saudade
Querendo
Um sorriso sincero, um abraço,
Para aliviar meu cansaço...

... Me alegro na hora de regressar
Parece que eu vou mergulhar
Na felicidade sem fim."
(Cantado por Elba Ramalho)



domingo, 14 de agosto de 2011

14.08.11 Ser eu outra vez




A nostalgia do fim de férias ainda não me atacou. Por mais estranho que pareça, desta vez, não tive necessidade de me atirar mais uma vez ao mar e abraçar a espuma das ondas, de deitar o último olhar para o horizonte, de fazer mais uma carreirinha, de me espreguiçar na areia vezes sem conta e sentir o quente do sol a bater-me nas costas. A pressa de me vir embora foi maior. Há ainda algumas portas por fechar e a pressa de as fechar e ultrapassar esta fase é grande. Quero ver-me livre, quero poder respirar fundo, quero ter a oportunidade de ter novos quereres, novas vontades, novas perspectivas, novos sonhos. Quero sentir-me protegida pelas minhas coisas, sentir a segurança da minha casa. Quero deixar este passado ensombrado e ser eu outra vez.

“O amor é como a guerra; fácil de começar, e muito difícil de terminar.”
(Ninon de Lenclos)

sábado, 13 de agosto de 2011

13.08.11 Lua Cheia




Depois de quinze dias de casa cheia, ver-me com a casa vazia e sem aquela alegria matinal foi, no mínimo, esquisito. É um misto de descanso com tristeza. O sossego bateu à porta, mas as mãos ficaram vazias e o tempo sobrou. Para compensar, fui de aventura ao “pego das pias”. Lindo!


“O único silêncio que perturba, é aquele que fala. E fala alto. É quando ninguém bate à nossa porta, não há emails na caixa de entrada, não há recados na secretária electrónica e, mesmo assim, você entende a mensagem.”
(Martha Medeiros)


Pego das Pias

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

12.08.11 Ficam as promessas




Começaram as despedidas. Ontem uns, hoje outros, amanha mais alguns. E assim vamos começando a ver o fim do pote. Não deveria ser permitido… Mas, uma vez que é, só nos resta aceitar e aproveitar. É que é nas despedidas que ficam as promessas, é nas despedidas que ficam as saudades.

“São só dois lados
Da mesma viagem
O trem que chega
É o mesmo trem da partida
A hora do encontro
É também de despedida
A plataforma dessa estação
É a vida
(Música de Maria Rita – Encontros e Despedidas)

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

11.08.11 Futilidades




O estado de espírito é mesmo de contemplação e de meditação, como indica a frase que escolhi para acompanhar a fotografia que tirei.
Registo o olhar, que hoje, senti sobre mim. Já tinha saudades!
E para aliviar, aqui vai um quê de futilidade: É bom conhecer as coisas que todos conhecem, para poder ter a minha própria opinião! Hoje conheci finalmente “A tasca do Celso”.

“O que me dói não é
O que há no coração
Mas essas coisas lindas
Que nunca existirão...”
(Fernando Pessoa)

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

10.08.11 Correr nos dias




Que estupidez que é sentir os dias a correr e eu a correr nos dias. E o pior e que não há forma de o parar ou de me parar nele.

“Aprender sem pensar é tempo perdido.”
(Confúcio)

terça-feira, 9 de agosto de 2011

09.08.11 O Tempo passa




Começa o tempo a fugir. Bem que já me tinham avisado!
Ainda tentei pará-lo. Mandei parar o relógio com toda a força, pedi aos céus, gritei aos ventos, sentei-me no chão, bati os pés, mas o danado continuou.
A culpa foi minha que não parei para pensar nem para sentir os dias a passar.
Ainda não fiz nem metade de tudo o que me propus fazer estas férias e pelo andar da carruagem, já vi que, o melhor é refazer a lista ou aumentar os dias de férias.

“O fracasso é a oportunidade de começar de novo com mais inteligência e redobrada vontade.”
(Henry Ford)

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

08.08.11 Rio Mira




Foi um dia cheio, agradável, simpático, cheio de actividades diferentes, novas vistas, um montão de fotografias, muito barulho, muita conversa, petiscos até. Mas, não sei porquê, ficou uma sensação de inquietação, de insatisfação, de solidão. Faz falta partilhar as coisas boas com alguém!

“Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.”
(Albert Einstein)

domingo, 7 de agosto de 2011

07.08.11 Ressaca




Que ressaca... Ressaca da festa de ontem. Não só porque as horas de sono foram poucas como porque o dia a seguir a umas horas muito bem passadas sempre tiveram este efeito em mim. A nostalgia das horas bem passadas bate-me forte e às vezes a tristeza entra pela porta de frente sem pedir licença

“Sofremos muito com o pouco que nos falta e gozamos pouco o muito que temos.”
(William Shakespeare)

sábado, 6 de agosto de 2011

06.08.11 Uma Festa




Estive feliz por ter ao pé de mim pessoas que sei que sentem este dia como eu. Hoje a minha mãe faria 69 anos, há dois dias fez 8 que nos deixou. Não sei como seria se ela estivesse viva, mas sei que gostaria de certeza de ter festejado exactamente como festejamos e principalmente de ter estado com quem conseguimos juntar para a festejar. E esteja ela onde estiver de certeza que gostou das nossas conversas, riu-se com as nossas gargalhadas, cantarolou acompanhando as nossas cantigas e cantilenas e chorou de saudades nossas tal como nós choramos de saudades dela.
Sinto-me uma privilegiada pela forma que arranjámos de aliviar a nossa dor. Festejar ou melhor, juntar as pessoas que sentem o mesmo que nós só podia dar boa onda, porque juntos sabemos o que passámos e sentimo-nos unidos pelos mesmos sentimentos e pensamentos. Foi muito boa, a ideia de partilhar mais um bom momento, como antigamente...
Obrigada Tia Anica.

“Saudade é...
não saber como vencer a dor,
de um silêncio que nada preenche...”
(Martha Medeiros)

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

05.08.11 Ser Madrinha




Faz hoje 12 anos que o meu primeiro afilhado nasceu. São estas coisas que fazem de nós velhas... felizes...
Ainda me lembro da alegria que senti quando me desafiaram para ser madrinha pela primeira vez. Viva o Tatão.

“Tenho pensamentos que, se pudesse revelá-los e fazê-los viver, acrescentariam nova luminosidade às estrelas, nova beleza ao mundo e maior amor ao coração dos homens.”
(Fernando Pessoa)

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

04.08.11 Dia Complicado




Dou por mim a fazer muita forca para que as coisas não me venham a memória. Dia 4 de Agosto virou um dia em que nunca sei se o que sinto são saudades, se pena de mim, se capricho, se raiva, se tristeza. Acredito que seja um misto de todas elas, mas nunca me apetece correr muito para perceber o que é. Sei que é um dia que me apetece passar por cima, dormir para não pensar. Apesar de tudo passou e eu mais uma vez sobrevivi, aliás como sempre sobrevivo, mesmo que um dia tivesse pensado que isso seria impossível.

“Certas coisas só são amargas se a gente as engole.”
(Millôr Fernandes)

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

03.08.11 Mercado




Adoro a mistura de cheiros e de cores de um mercado logo pela manha, quando tudo ainda está viçoso e fresco e as pessoas animadas e bem-dispostas. Adoro as conversas das vendedoras e as suas dicas, adoro a forma como sou atendida, gosto do conceito tudo para dentro do saco, as contas feitas à mão com lápis e em papel pardo, gosto dos enganos, das desculpas, das ofertas dos coentros e dos orégãos.

As dicas que recebi hoje:
Peixe congelado coloca-se em água a ferver, peixe fresco em agua fria.

Cozer Percebes - água fria a tapar os percebes, depois de começar a ferver são 5 minutos, apagar e tirar a água. Com agua do mar fica muito melhor.

Caracóis - lavar os caracóis em pelo menos 4 águas. Pô-los num tacho e cobrir de água fria, sem tempero. Lume no mínimo até ferver. Ao ferver por no máximo e retirar a espuma toda, só então temperar com sal, pimenta, muito alho, malaguetas, um caldo de carne. Deixar apurar pelo amenos mais 10 minutos. No fim juntar orégãos e apagar. Estarão prontos a servir com uma bela Imperial.

“Adoro as coisas simples.
Elas são o último refúgio
de um espírito complexo.”
(Oscar Wilde)

terça-feira, 2 de agosto de 2011

02.08.11 Instintos




Instintos. Acredito nos instintos, no corpo e nos seus sinais.
Desconfio sempre do pensamento, do raciocínio muito elaborado. Só a razão e a inteligência não chegam para nos fazer felizes. Às vezes um só olhar, o esboçar de um sorriso, ainda que este possa ser muito ténue, um gesto, um toque, uma só palavra, um pequeno nada faz de nós rainhas.
Para quê pensar? Não seriam os homens mais felizes se não fossem tão racionais?

"A renúncia progressiva dos instintos parece ser um dos fundamentos do desenvolvimento da civilização humana."
(Sigmund Freud)

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

01.08.11 Primeiro de Agosto




"Primeiro de Agosto, primeiro de Inverno"
(Provérbio)

Chove copiosamente por todo o pais Será que sobrevivemos este inverno?
Ainda assim, se este provérbio for verdade e se se aplicar também ao nosso estado de espírito e força e vontade de viver, então vamos ter um Inverno em grande.
Fiz quase tudo o que gosto muito de fazer.

“Nas grandes batalhas da vida, o primeiro passo para a vitória é o desejo de vencer.”
(Mahatma Gandhi)