Hoje acordei com uma vontade enorme de fazer do meu dia um dia diferente.
A vontade é de falar, a decisão é de me conter.
A partir de uma certa idade comecei a entender o que queria para mim. Queria sentir-me única para alguém. E percebi que queria isto porque na verdade cada uma das pessoas que me acompanhava era única para mim. Única na maneira de ser, de ver, de ouvir, de sentir. Cada uma tinha características que nenhuma das outras tinha. Limitei-me a perceber o que é que cada uma das pessoas que me rodeia tem de diferente e de bom para me dar e o que é que cada uma delas significa para mim. A partir daqui dou-lhe o valor que ela tem em cada um dos seus pormenores. Cada pessoa tem de facto a sua silhueta e é única naquilo que dá. Por isso quando se perde essa pessoa seja de que forma for, perde-se tudo. Há quem diga que ficam as memórias, as recordações. Eu até concordo, essas ficam na realidade, o que aconteceu já ninguém nos tira, mas recordar nunca estará na mesma dimensão do viver. E é isto que as crianças procuram, sem vergonhas, sem medos nem complexos, quando repetem ou pedem para repetir as mesmas coisas vezes infinitas até à exaustão. Elas sim são felizes
E, por fim consegui que o meu dia fosse ligeiramente diferente do que deveria ter sido. Sair da nossa rota tem sempre esse efeito.
“O maior prazer de um homem inteligente é bancar o idiota diante do idiota que quer bancar o inteligente”
Confúcio