Acordei alegre, introspectiva, pensativa, com vontade de criar, de deitar para fora o meu eu sem pensar, deixa-lo sair porque sim, sem críticas, sem exigências, sem censuras, sem imposições. Deixar rolar. E foi assim que pensei em pegar na minha máquina de fotografias e ir. Ir e tirar as fotografias que me chamassem e depois, no fim, ver os efeitos. De vez em quando chega a ser surpreendente.
É difícil mas é preciso confiar e acreditar no que se pensa e no que se faz. Há sempre alguma coisa de positivo em cada coisa que fazemos acontecer, quanto mais não seja há sempre um eu lá metido que nos surpreende e nos faz respeitar o ser de nós que às vezes vimos sair.
Gosto de dizer estas coisas, gosto de me tentar auto-convencer que tudo isto é verdadeiro e real. Assim como assim obrigo-me a interiorizar.
"Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive."
(Ricardo Reis)
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