Diria que o “Poder do aqui e agora” entrou na baila outra vez.
Não há como de vez em quando puxar alguns conceitos para fora e pensar um bocadinho neles. O mais engraçado é que de repente se vê o que se puxou por todo o lado, o que me faz acreditar que o poder da nossa mente é inacreditavelmente grande. Ou então que as coincidências são imensas.
“Colhe o Dia, porque És Ele
Uns, com os olhos postos no passado,
Vêem o que não vêem: outros, fitos
Os mesmos olhos no futuro, vêem
O que não pode ver-se.
Por que tão longe ir pôr o que está perto —
A segurança nossa? Este é o dia,
Esta é a hora, este o momento, isto
É quem somos, e é tudo.
Perene flui a interminável hora
Que nos confessa nulos. No mesmo hausto
Em que vivemos, morreremos. Colhe
O dia, porque és ele.”
Ricardo Reis, in "Odes"
Heterónimo de Fernando Pessoa