Depois de pensar muito e de tentar perceber o que raio se passou hoje, acho que posso, sem medo, dizer: Desejo foi o que senti e foi recíproco. Desejo de estar, de partilhar, de conversar, de olhar, de sentir o momento. Cerimonia, moderação, prudência, tento, atenção, ponderação, sensatez foi tudo o que se misturou na medida certa.
Resultado, um dia bem passado.
Tudo isto é um jogo e como tal tem vários níveis.
O nível básico é relaxante, estimulante, excitante, descontraído, divertido, seguro.
Acontece que rapidamente se quer mais, e mais, e mais, porque como em qualquer jogo o estímulo vicia.
O segredo está em não deixar passar de nível. Travar esta vontade e este desejo é o ponto de ordem.
Quanto mais sobe o nível, mais de nós está em jogo, aumentando proporcionalmente o tempo que despendemos, a dedicação, o apego, a entrega. Consequentemente cria medos, ansiedades, desassossegos, inconstâncias, inquietações, inseguranças, incertezas, desconfianças.
Aprendi que todas estas coisas, na medida certa, dão um gozo imenso, mas quando passam da medida…
Posso então concluir que perder quando não se tem nada a perder, não custa. Mas perder quando está já muita coisa em jogo dói que não acaba.
“Os nossos desejos são como crianças pequenas: quanto mais lhes cedemos, mais exigentes se tornam.”
(Provérbio chinês)